A formação de cálculos renais é uma patologia que acomete cerca de 6% da população.Os cálculos renais podem ter diversas composições e serem formados por vários motivos.
Uma pessoa que teve um cálculo renal possui 50% de chance de desenvolver outro cálculo em 10 anos. Os cálculos renais variam de tamanho e de sintomas.O tamanho destes cálculos variam desde microcálculos até cálculos coraliforme (cálculos que se formam moldando o sistema coletor do rim).
Os sintomas variam conforme o tamanho e localização dos cálculos.Um cálculo menor que 5mm localizado em cálice renal pode ser assintomático, e o tratamento expectante neste caso pode ser oferecido.Mas este mesmo cálculo se impactar na junção do ureter com pelve renal pode levar a dor lombar de forte intensidade, infecção e dilatação do sistema coletor fazendo com que a abordagem seja diferente do primeiro exemplo.O cálculo poderá impactar em outro dois lugares no ureter, onde o ureter cruza os vasos ilíacos e na sua junção com a bexiga.Quando o cálculo obstrui o ureter nestas posições a dor pode ser irradiada para a região anterior do abdome e até mesmo para escroto e vagina.A dor pode estar associada a vômitos ou outros sintomas gastrointestinais.
O tratamento dos cálculos renais pode ser feito através de litotripsia extracorpórea utilizando-se ondas de choque na região lombar na tentativa de fragmentação do cálculo, este procedimento normalmente é utilizado para cálculos menores de 2 cm.Outra alternativa para cálculos renais ou de ureter superior menores de 2 cm é a utilização da ureterolitotripsia endoscópica flexível à Laser, neste procedimento um endoscópio é introduzido pela uretra e daí até o rim onde se localiza e fragmenta-se o cálculo utilizando uma fibra de Laser.
Classicamente os cálculos maiores de 2 cm são tratados com a Nefrolitotripsia Percutânea que consiste na realização de um acesso direto ao rim afetado através de punção e dilatação do trajeto até o diâmetro do nefroscópio ( óptica utilizada para filmar o cálculo ), então o cálculo é fragmentado sob visão direta através de um litotridor (máquina de fragmentar o cálculo) ultrassônico, pneumático ou Laser. Já está disponível o nefroscópio flexível que dá ao cirurgião maior conforto para fragmentar o maior volume de cálculo possível. Esta cirurgia pode ser feita com o paciente em diferentes posições na mesa cirurgica.
Pós operatório
Uretero flexível à Laser– Normalmente é necessário deixar um cateter duplo “J” no ureter (cateter fino que mantêm o fluxo de urina do rim até a bexiga) por um período de tempo variável. Este cateter habitualmente é retirado sob sedação em uma futura internação tipo “Day clinic”ou no consultório.
Quando a cirurgia é feita eletivamente( de forma marcada) a maioria dos pacientes podem ter alta hospitalar com 24hs de internação.
Nefrolitotripsia Percutânea- Neste tipo de cirurgia também se utiliza o cateter duplo “J” e normalmente uma nefrostomia ( cateter temporário do rim até a pele), a internação varia normalmente de 2 a 5 dias
Complicações:
Hemorragia ( sangramento), Hematúria (sangramento na urina), Infecção, necessidade de cirurgia aberta, Estenose de Ureter ( estreitamento do ureter) podem acontecer em ambas cirurgias.
Na Nefrolitotripsia Percutânea há complicações específicas desta cirurgia como o surgimento de uma fístula artério-venosa renal que são raríssimas mas podem acontecer e hoje em dia são manejadas com embolização da área afetada. A necessidade da realização de nefrectomia pós percutânea também existe mas é ainda mais rara.
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